A edição deste mês da Revista CRESCER trouxe uma matéria mto legal sobre gravidez e cachorro.
Isso mto me interessa, pois eu tenho uma cadelinha de 5 anos q é minha companheirinha querida!!!
LEIAM...
A mudança que chega com a gravidez afeta tudo. Seus hormônios estão a
mil, a relação com seu marido vai se transformar – afinal, agora vocês
vão ser pais – e, dentro desse mundo novo, alguém continua sempre
animado esperando pela sua atenção e seu carinho. Quem tem cachorro sabe
disso, e o dia a dia com ele vai mudar também. Os cães percebem a
alteração hormonal da dona pelo olfato, e a partir daí criam um laço
ainda mais profundo que o anterior, explica Hannelore Fuchs,
especialista na relação entre animais e humanos, psicóloga e veterinária
(SP).
Mônica Rebuffo, 31 anos, já percebeu isso. Grávida
de 21 semanas da primeira filha, nota que sua cachorra Vodka, uma bull
terrier de 8 anos, a protege. “Ela não pula mais para pedir carinho e dá
umas mordiscadas no Jack quando ele tenta fazer o mesmo”, diz. Jack é
seu outro cachorro, um buldogue francês de 3 anos, um pouco menos
delicado e mais agitado que sua companheira.
E, se só o
amor que eles demonstram não bastasse, pesquisas apontam outros
benefícios de ter um animal ao lado durante a gestação. Uma delas, feita
na Universidade de Liverpool (Inglaterra), revelou que as grávidas com
cães têm 50% mais chances de fazer a quantidade de exercícios indicada
pela Organização Mundial da Saúde, que é de três horas por semana. O
animal funciona como um estímulo: se você já o levava para passear,
aumente aos poucos o percurso, até alcançar 30 minutos. Se não tinha
esse hábito, faça o teste em um parque ou praça perto da sua casa – mas
não esqueça de falar com seu obstetra. “Além de ser um exercício de
baixo risco, o cão pode ajudar a motivar as mulheres e, portanto,
garantir uma gravidez saudável”, afirma Sandra McCune, uma das autoras
da pesquisa.
Foi o que fez Sandra Gregório, 34 anos, mãe
de Laura, 15 dias, até o último minuto. “Passeei com meus dois cães um
pouco antes da consulta com o obstetra em que soube que estava na hora
de ir para a maternidade”, diz sobre os schnauzers, Tobias, 3 anos, e
Margot, 1. Eles são os primeiros cachorros dela, muito por influência do
marido, que sempre teve bichos. “Acho que vai ser ótimo para minha
filha, ouço ele contar tantas histórias gostosas da infância e ela terá a
chance de viver isso também.” Para já começar essa nova amizade,
enquanto Sandra estava na maternidade, o marido levava fraldas de pano
com o cheiro do bebê para os cachorros sentirem. Hoje, Tobias, que é
muito apegado à dona, fica sempre deitado por perto, quietinho, enquanto
ela amamenta.
Essa proximidade que Sandra teve com os
bichos na gravidez pode ser bastante benéfica para a menina no futuro.
Outro estudo norte-americano revelou que os filhos de gestantes que
conviveram com seus animais de estimação têm 28% menos chances de
contrair asma ou alergias, porque desenvolveriam um sistema imunológico
mais resistente.
Mas o que fazer com o cão?
Esse
questionamento é mais comum do que você imagina, afirmam os médicos,
mas esqueça todos os conselhos de que deve se livrar do seu cão. “Eu
penso bastante, mas não me passa pela cabeça ficar sem a Kika”, diz
Mariana Amaral, 30 anos, grávida de 14 semanas e “mãe” da poodle há
quatro. A maior dificuldade que terá é desalojar a cachorra, que dorme
no quarto que vai ser do bebê. “Estou indo aos poucos, para ela não
ficar enciumada. Já tirei a caminha, mas não tudo.”
Mariana
está no caminho certo. É importante mesmo estabelecer algumas regras
antes de o bebê chegar, como os locais em que o cão poderá entrar,
dormir e ficar. Alguns médicos recomendam que eles não frequentem os
quartos. Os portões do tipo divisória são boas alternativas.
Limpeza
é outro item primordial. Além dos cuidados com a casa (use luvas ao
mexer com fezes e xixi e depois lave as mãos, sempre), o cão precisa
estar limpo. Banhos semanais bastam. Não esqueça de manter em dia
vacinas, vermífugo (uma vez ao ano) e antipulgas (uma vez por mês) – e
de lavar semanalmente a cama e os panos que ele usa.
A
última mudança, e talvez a mais difícil, é se distanciar um pouco do
bicho. Quando o bebê chegar, você, naturalmente, vai dar mais atenção
para ele, e o cão vai ficar de lado. Então é importante prepará-lo já.
Por exemplo: quando for assistir a TV, deixe-o onde estiver em vez de
chamá-lo para ficar junto. Ao mesmo tempo, ajude-o a integrar essa nova
família que está se formando. Se comprar uma roupinha, diga “olha, essa
daqui é para o bebê”, e permita que ele cheire. Mônica Lotuffo, que
aparece no começo dessa reportagem, além de grávida e dona de cachorro
também é veterinária e conta que indica – e pratica – a técnica da
recompensa com seus cães. Quando vai colocá-los para fora do quarto e
eles vão, dá um petisco. “No dia em que eu voltar da maternidade, meu
marido vai entrar em casa com a nossa filha para eu dar atenção a eles,
que vão estar ansiosos, já que terei passado uns dias fora.” Outra dica
dela é aproveitar a hora do banho de sol e levar os cães para passear.
Tudo para eles associarem o bebê a coisas boas.
Ao voltar
da maternidade, faça uma grande festa, deixe que ele cheire os pezinhos
do bebê e dê um petisco. Nas primeiras semanas o cão pode querer chamar
sua atenção, fazendo necessidades no local errado. “Não dê bronca.
Recolha e continue as atividades do seu dia a dia. Mais tarde, dê um
pouco de carinho”, afirma Mauro Lantzman, veterinário, especialista em
comportamento animal e professor de psicobiologia da PUC-SP.
Todas
as grávidas e a mãe desta reportagem só têm expectativas boas sobre a
convivência de seus filhos com os bichos de estimação. “Acho que a
criança que tem desde cedo uma animal por perto aprende muito sobre o
respeito ao outro, o cuidado com um ser mais frágil e conhecem um amor
que é incondicional”, diz Fabia Leme, de 29 anos, grávida de 26 semanas
de Anna Julia e dona dos shi-tzus Beatle, 2 anos, e Janis, 1. “Eu não
vejo a hora deles três se conhecerem. Vai ser muito gostoso!”
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